Editora ou edição de autor?
- Gabriel Paz
- há 11 horas
- 2 min de leitura
Uma das mais dedáleas decisões a tomar, por quem escreve um livro, e por isso dedica milhares de horas a concretizar esta tarefa, surge no exato momento em que o pretende lançar no mercado. Um dos maiores desejos de quem escreve por amor ou paixão, é poder partilhar as suas histórias, emoções e pensamentos. Os royalties não são prioridade, pelo menos para mim.
O mercado literário está um autêntico labirinto para quem se inicia. Muitas das conceituadas editoras nem se dão ao trabalho de ler as propostas de originais remetidas, mantendo o seu “cartel” reservado aos autores que já vendem ou aos “aconselhados”. Dominam as prateleiras das grandes livrarias e os seus espaços de comunicação. Depois existe uma vasta opção de editoras, chamadas de segunda linha, cuja finalidade é apenas obter lucro com a obra, quase desprezando qualidade ou potencial. Desde que se pague, quase tudo se edita. Basta ir a uma FNAC, Bertrand ou outra livraria e abrir ao acaso diversas obras literárias. Encontra-se de tudo. Obras de grande qualidade, e outras que nem para sebenta servem. E tanta obra de qualidade permanece na clandestinidade. Existe ainda uma franja que se auto intitula editora mas que na prática não passa de uma gráfica. Limitam-se a imprimir o livro e pouco mais. Os orçamentos para publicação vão desde poucas centenas a milhares de euros. Existem opções para tudo.
Para quem não se quer envolver neste labirinto, resta-lhe a denominada publicação de autor, em que se torna o responsável por todas as tarefas inerentes à publicação, e tem à sua disposição, plataformas sem custos que colocam o livro no mercado. Muitas são abrangentes em termos de países e locais onde promovem a obra, mas na prática, o livro está apenas presente no mercado online. Não existe ou é microscópica a sua divulgação nas livrarias. E nem sempre o software disponibilizado consegue ser a melhor opção para se conseguir uma obra com uma apresentação desejada. Para além disso o livro acaba por ter o seu preço acrescido devido aos custos de envio. Implica pois que o autor tenha que ter uma autêntica máquina de promoção sempre ativa e consiga “vender” a sua obra como um produto diferenciado que merece que o cliente pague os custos acrescidos para a ler. Estará sempre limitado na escolha dos locais onde a sua obra é visível.
O tempo em que as editoras analisavam cuidadosamente as obras literárias e sua qualidade, e nesses critérios “apostavam ou não” na sua publicação, como investimento..... simplesmente morreu! Com um importante circuito fechado e vedado aos novatos, resta pois a decisão de optar entre uma editora de segunda linha ou uma publicação de autor. As gráficas auto excluem-se naturalmente.
O labiríntico é tomar uma decisão neste quadro!
Despender milhares de horas a escrever tem este benefício e esta recompensa.
São os chamados tempos modernos!

Intervenção no lançamento da 1ª Edição do meu livro "De Rédeas Soltas" em Lisboa

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